Em verdade, a alimentação moderna tem conduzido não apenas a
um desastre na saúde humana, mas também a uma série de problemas ambientais.
Hipócrates já dizia que “as doenças atacam as pessoas não como um raio em céu
azul, mas são conseqüências de contínuos erros contra a natureza”. Algumas
formas de Medicina Alternativa e a milenar Medicina Chinesa consideram a saúde
como um estado de equilíbrio. De acordo com PRETTI (2000) um organismo, quando
em equilíbrio, dificilmente adoece e, quando adoece, recupera-se com mais
facilidade. Se a carência é nociva, o excesso também o é. Portanto, o princípio
do equilíbrio, fundamento básico da Medicina Ortomolecular, deve ser resgatado.
Uma alimentação de qualidade não só previne, como é um poderoso recurso
terapêutico. Portanto, qualquer proposta terapêutica deve considerar o homem,
seu ambiente, seus hábitos e sua qualidade alimentar.
A busca da qualidade alimentar está se tornando uma das
principais preocupações dos consumidores conscientes. Atualmente, as motivações
para o consumo de alimentos orgânicos variam em função do país, da cultura e dos
produtos que se analisa. Todavia, observando países como Alemanha e Inglaterra
(WOODWARD & MEIER-PLOEGER, 1999), Austrália (PEARSON,1999), Estados Unidos
(HENDERSON, 1999), França (SYLVANDER, 1998), Dinamarca e Noruega (DUBGAARD &
HOLST, 1994; SOGN et. al., 2002), Polônia (ZAKOWSKA-BIEMANS, 2002) e Costa Rica
(AGUIRRE & TUMLTY, 2002) percebe-se que existe uma tendência de o consumidor
orgânico privilegiar, em primeiro lugar, aspectos relacionados à saúde e sua
ligação com os alimentos, em seguida ao meio ambiente e, por último, à questão
do sabor e frescor dos alimentos orgânicos.
No Brasil, a principal motivação para compra de alimentos
orgânicos também está ligada à preocupação com a saúde. Uma pesquisa encomendada
pelo SEBRAE-PR e realizada pelo DATACENSO (2002) nos estados do Sul e Sudeste do
Brasil mostrou que os principais motivos que levaram a consumir os alimentos
orgânicos foram: em 1o lugar e 2o lugar, faz bem a saúde/saudável; em 3o lugar,
sem agrotóxicos, em 4o lugar, mais sabor; e em 5o lugar, natural e qualidade do
produto. Segundo a mesma pesquisa, hoje, quem consome os alimentos orgânicos são
adultos e idosos pertencentes às classes sociais A e B.
É importante destacar que o desafio de levar o alimento
orgânico para as outras camadas da população não está relacionado apenas aos
aspectos técnicos (produção em quantidade, qualidade, regularidade e
diversidade) e econômicos (preços competitivos aos produtos convencionais), mas
também aos aspectos políticos e sociais.
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